Porto: o Largo da Aguardente hoje

Em 1832, durante o Cerco do Porto, passavam neste local as linhas de defesa liberais. O Largo da Aguardente, como então se chamava, ficava nessa época no limite da zona urbana. Aqui se situava uma das barreiras da cidade, onde era cobrado imposto sobre as mercadorias entradas. Em meados do século XIX a praça tinha já a configuração actual e possuía uma frondosa alameda. Foi ajardinada em 1898 e recebeu o coreto de ferro, oferta dos habitantes da zona. Do lado poente situa-se a Igreja da Imaculada Conceição. Foi começada em 1938, segundo projecto inicial do arquitecto Frei Paul Bellot, com a colaboração de diversos pintores e escultores na decoração do interior.
O centro do largo está hoje ocupado pelas intermináveis obras do chamado Metro do Porto que, contra a vontade da cidade, sacrificaram alguns dos plátanos seculares. Os restantes dispõem-se ao redor da praça, com o altivo porte que lhes é permitido pela idade superior a cem anos. Começam, nesta altura, a apresentar, pequenas e tímidas, as primeiras folhas que o sol da Primavera chama. Dentro de pouco tempo serão gigantescas árvores frondosas a cuja sombra se acolherão os inveterados jogadores de sueca, apesar do constante ruído das gruas e das máquinas que edificam o betão do metro.

Apenas uma nota final. Estritamente pessoal. Agradava-me muito mais a designação de Largo da Aguardente do que a actual de Marquês de Pombal. Tinha muito mais a ver com a cidade, não se sabendo quem lha atribuiu e não pretendendo celebrar fosse quem fosse.
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