Convergência
É moda da demagogia política invocar um obtuso princípio do utilizador-pagador a respeito de tudo e de nada. Como quanto provem da classe não é obviamente digno de crédito a não ser pelo exemplo concreto do disparate absurdo. Tão absurdo que temo, dentro de pouco tempo, ter que me manter cautelosamente em casa por não poder sair à rua, pisar a calçada e ter que pagar por isso.
Mas quando o princípio se generaliza, mesmo contra a vontade do Dr. Louça e o apoio incondicional dos colunistas acidentais, tenho que rever posições e, se for caso disso, ir a correr preencher a ficha de inscrição no partido que as sondagens feitas a quinhentos portugueses anunciam como grande triunfador. Assim se chega a membro de uma junta, se consegue beneficiar de carro de serviço e até acabar numa vereação qualquer.
Os deputados da nação, aqueles que incondicionalmente lutam por se manter ao serviço do eleitor público e da negociata privada, tomam frequentemente café na Assembleia da República. E, contra o que seria normal, legítimo e patriótico, pagam-no em obediência do tal imaculado princípio do utilizador-pagador. A 25 cêntimos a bica, que não é uma importância insignificante, até porque há deputados que são autênticos dependentes. E ainda porque o substancial aumento de 5,29 euros que a magnânima segurança social decidiu atribuir à santa da minha mãe, como pensionista, a partir do dia um deste mês, não chega para que ela vá, todos os dias, tomar café à Assembleia da República. A interessar-se pelo estado da nação e pela marcha da retoma.
Mas quando o princípio se generaliza, mesmo contra a vontade do Dr. Louça e o apoio incondicional dos colunistas acidentais, tenho que rever posições e, se for caso disso, ir a correr preencher a ficha de inscrição no partido que as sondagens feitas a quinhentos portugueses anunciam como grande triunfador. Assim se chega a membro de uma junta, se consegue beneficiar de carro de serviço e até acabar numa vereação qualquer.
Os deputados da nação, aqueles que incondicionalmente lutam por se manter ao serviço do eleitor público e da negociata privada, tomam frequentemente café na Assembleia da República. E, contra o que seria normal, legítimo e patriótico, pagam-no em obediência do tal imaculado princípio do utilizador-pagador. A 25 cêntimos a bica, que não é uma importância insignificante, até porque há deputados que são autênticos dependentes. E ainda porque o substancial aumento de 5,29 euros que a magnânima segurança social decidiu atribuir à santa da minha mãe, como pensionista, a partir do dia um deste mês, não chega para que ela vá, todos os dias, tomar café à Assembleia da República. A interessar-se pelo estado da nação e pela marcha da retoma.
1 Comentários:
Seja bem vindo o colunista acidental RMD! Pena que O Acidental não seja aberto a comentários porque gostaria de este o fazer lá, numa das suas entradas. Não tem que se lamentar por aquilo com que eu me congratulo. A minha forma de abordar as coisas reveste uma intenção: exprimrir alguma ironia, pendurar um certo humor. O que é utópico objectivo. Venha mais vezes: é sempre bem vindo quem vier por bem!
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