Furtivo
Hoje. Depois da missa. Embuçado por esta morrinha fria de domingo. Colado às paredes, evitando as portas do comércio aberto para o Natal do consumo imprevidente. Passei à porta de um atirador furtivo, sem reclamo na janela e sem armas que se vissem do exterior. O contador, silencioso, marca já mais de um milhão de vítimas. Os milhares excedentes são apenas trocos para deixar de gorjeta. Não se linka ninguém e não se fala nisso. Grande parte da colaboração saca-se dos bolsos das vítimas. Depois do tiro, único e certeiro. Depois de tal mortandade, de certeza, segue-se o livro, intercalado com mais 800 páginas de episódios policiais da epopeia do Dr. Cunhal. Não é preciso suprimir a caixa de comentários. Já os não havia, o seguro morreu de velho. A longevidade de um atirador furtivo é cerebralmente acautelada. Com a reforma das G-3 vêm armas de maior precisão e de maior alcance, o risco aumenta. O lançamento do livro não fará afixar editais na portaria e não será público. Furtivamente também se vende. É preciso ter calma e não dar o corpo pela alma.
Ou me engano muito ou já ouvi isto em algum lugar, numa qualquer altura. Só não sei onde, nem interessa!
Ou me engano muito ou já ouvi isto em algum lugar, numa qualquer altura. Só não sei onde, nem interessa!
1 Comentários:
As caixas de comentários são necessárias.
Já alguém pensou em suprimir as ruas devido à perigosidade urbana?!
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