18 de janeiro de 2005

A vergonha

Um sexto da população mundial (mais de mil milhões de pessoas) vive na pobreza extrema, definida no relatório como "a pobreza que mata". Estas pessoas carecem de água, de alimentação adequada e de cuidados de saúde básicos.

Em Portugal um demitido e demissionário ministro de um governo virtual, incumbido da gestão corrente dos assuntos públicos até à realização de eleições a 20 de Fevereiro, anuncia como corriqueiro acto de rotina a construção de uma nova travessia sobre o rio Tejo com bilhetes para o TGV a preços da uva mijona e passes sociais para ir apanhar sol nas praias da costa. Mais: é capaz de o fazer sem nenhuma intenção de propaganda política, por simples patriotismo que alia à rotina. É, simplesmente, uma coisa de todos os dias que, na maior parte dos casos, até são decididas pelos contínuos do ministério.

Amanhã o competente e azougado treinador da Académica de Coimbra - para cima Briosa! - anunciará a vitória na superliga, a participação na liga dos campeões em cuja final derrotará uns turcos de esquisito nome e a vitória maior na taça intercontinental, disputada no Japão, contra um Penarol qualquer de uma segunda divisão sul-americana. Reduzirá a esterco o treinador do Chelsea e o seu ordenado milionário e fará o favor de se proclamar como a maior cabeça do mundo e ainda rei de Portugal e dos Algarves.

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