6 de setembro de 2005

Só faltam 149.700!

Um país ridículo, como Portugal, só pode produzir fenómenos ridículos como o Entroncamento. E os acontecimentos, bem como os corsos e as celebrações, não serão nem autênticos, nem credíveis, se não carregarem esse inconfundível ADN da ridicularia.

O telejornal da querida televisão de serviço público acaba de noticiar que um grupo internacional vai criar no país nada mais, nada menos que trezentos postos de trabalho. A cerimónia, naturalmente solene, teve a presença sorridente do primeiro-ministro do Entroncamento que garantiu que aqueles postos de trabalho serão prioritariamente preenchidos a partir das inscrições nos centros de emprego e que, mais do que isso, não serão 300 empregos quaisquer. Serão particularmente exigentes em termos de qualificações, formação e desempenho. Tanto que se calhar não haverá portugueses habilitados a preenchê-los, a menos que sejam portadores do cartão de sócio de um qualquer agrupamento que o mesmo primeiro-ministro subscreva na condição de presidente.

Uns meses atrás, se bem se recordam, o engenheiro Sócrates ameaçava criar 150.000 novos empregos em quatro anos. Está cumprido o primeiro segmento da promessa: conseguiu ver criados 300 em cerca de 4 meses. A este ritmo, se a aritmética não for uma batata, o objectivo do governo Sócrates será atingido dentro dos próximos 2.000 meses, um pouco mais de 166 anos e daqui a apenas 41 mandatos. De forma que fica o engenheiro Sócrates proibido de renunciar aos mandatos, fugir em consequência de desaires eleitorais - mesmo que seja a derrota de Valentim Loureiro em Gondomar e na Liga de futebol! -, frequentar mestrados e doutoramentos ou candidatar-se a deputado europeu como o Tozé. O Zé povinho deve ser autorizado a emigrar para países do terceiro mundo e até mesmo para a Madeira!

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