A campanha, sem Alegre
Acontecimento predominante do fim-de-semana não foi o Sporting ter ficado a ver Braga por um canudo a partir do Bom Jesus. Tão pouco o Benfica ter escacado toda a rica e cara marcenaria da capital do móvel. Nem sequer as meninas de 16 anos, do signo virgem, suspirando por Quaresma ao redor do estádio do Dragão desejando dele um chuto como o que derrotou o Boavista e Loureiros Futebol Clube, SA.
Acontecimento predominante foi o início da campanha eleitoral para as presidenciais de 22 de Janeiro. O português comum, como eu acho que sou, já não aguentava a pasmaceira depois das autárquicas de Outubro. A norte, nesta nobre, leal e sempre invicta cidade, o Dr. Rio ganhou a Câmara depois de ter dado continuidade à destruição iniciada pelos seus antecessores, despedido o engenheiro Rui Sá por indecente e má figura, gasto dinheiros públicos a chamar analfabeta à ministra da cultura e transformado numa pedreira a Avenida dos Aliados com a ajuda de dois conhecidos calceteiros ou caceteiros da nossa praça.
Mas o português comum, como eu, vivia naquela ansiedade permanente do mês ter dias a mais e ordenado a menos, não frequentava os concertos na Casa da Música, ouvia os discos pedidos da Rádio Festival e ia aumentando as doses diárias de ansiolíticos e barbitúricos na esperança de que o aumento das portagens lhe trouxesse de regresso alguma felicidade. Três meses daquilo a que os linguistas e os técnicos de marketing chamam de pré-campanha não tinham trazido outra novidade que não fosse o Nacional da Madeira ocupar o segundo lugar na Betandwin Liga's e o professor Vital ocupar-se, de forma isenta e gratuita, da defesa do D. Sebastião e dos méritos da sua excursão ao norte de África.
A campanha no seu domínio temporal trouxe as novidades que se esperavam e a dinâmica que desde logo se poderia aguardar de um despique entre um velho montador de tartarugas - com o devido respeito! - e um mal sucedido trepador de coqueiros. Assegura o primeiro que a tartaruga será de corrida, modelo GT, com alguns 650 cavalos de potência e uma esmerada instrução adquirida em colégios de jesuítas. Saberá de história, terá noções de filosofia, citará Kant, e saberá de direito tanto como um tabelião reformado. Ignorará a economia e assegurará que a crise é culpa de um plumitivo presidente de câmara, aposentado do cargo aos 48 anos, com a injusta e miserável pensão de pouco mais de 3.000 euros. Garantirá o segundo que o mal do país é ter transformado férteis campos de milho em marinas para barcos de recreio e poder ainda hoje não saber que a culpa disto tudo é da economia, estúpido!
Acontecimento predominante foi o início da campanha eleitoral para as presidenciais de 22 de Janeiro. O português comum, como eu acho que sou, já não aguentava a pasmaceira depois das autárquicas de Outubro. A norte, nesta nobre, leal e sempre invicta cidade, o Dr. Rio ganhou a Câmara depois de ter dado continuidade à destruição iniciada pelos seus antecessores, despedido o engenheiro Rui Sá por indecente e má figura, gasto dinheiros públicos a chamar analfabeta à ministra da cultura e transformado numa pedreira a Avenida dos Aliados com a ajuda de dois conhecidos calceteiros ou caceteiros da nossa praça.
Mas o português comum, como eu, vivia naquela ansiedade permanente do mês ter dias a mais e ordenado a menos, não frequentava os concertos na Casa da Música, ouvia os discos pedidos da Rádio Festival e ia aumentando as doses diárias de ansiolíticos e barbitúricos na esperança de que o aumento das portagens lhe trouxesse de regresso alguma felicidade. Três meses daquilo a que os linguistas e os técnicos de marketing chamam de pré-campanha não tinham trazido outra novidade que não fosse o Nacional da Madeira ocupar o segundo lugar na Betandwin Liga's e o professor Vital ocupar-se, de forma isenta e gratuita, da defesa do D. Sebastião e dos méritos da sua excursão ao norte de África.
A campanha no seu domínio temporal trouxe as novidades que se esperavam e a dinâmica que desde logo se poderia aguardar de um despique entre um velho montador de tartarugas - com o devido respeito! - e um mal sucedido trepador de coqueiros. Assegura o primeiro que a tartaruga será de corrida, modelo GT, com alguns 650 cavalos de potência e uma esmerada instrução adquirida em colégios de jesuítas. Saberá de história, terá noções de filosofia, citará Kant, e saberá de direito tanto como um tabelião reformado. Ignorará a economia e assegurará que a crise é culpa de um plumitivo presidente de câmara, aposentado do cargo aos 48 anos, com a injusta e miserável pensão de pouco mais de 3.000 euros. Garantirá o segundo que o mal do país é ter transformado férteis campos de milho em marinas para barcos de recreio e poder ainda hoje não saber que a culpa disto tudo é da economia, estúpido!
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