Prémio Nobel da Economia
Há
muitos anos atrás, Edward Heath, um primeiro-ministro inglês já morto e
enterrado, foi figura central de uma anedota que varreu o país, ex-aequo com a
D. Amália Rodrigues que, por feitos patrióticos que superaram os da D. Brites
de Almeida, repousa no remanso tumultuoso de Santa Engrácia, com vistas
privilegiadas para o Tejo e para os submarinos do Dr. Portas.
E
o que no essencial a anedota dizia era que tinha sido atribuído a ambos o
prémio Nobel da Química. Dispenso-me de referir os feitos da D. Amália para que
tivesse sido galardoada, nem o impagável Dr Relvas, o seu patrão e o tutor de
ambos iriam perceber o contributo que a senhora tinha dado à ciência. É
diferente o caso do Sr. Heath de quem se dizia que o prémio lhe era atribuído
por ter conseguido transformar a libra esterlina em merda. Literalmente e sem
mais!
Claro
que os tempos mudaram e há mesmo quem diga por aí que evoluíram. E Portugal
enxameia de candidatos ao Nobel, seja ele qual for. Por ironia do destino, e
talvez não, um dos mais fortes candidatos ao prémio Nobel da Economia é um
engenheiro químico de formação, jovem agricultor, perseguindo o título de rei
do kiwi do concelho do Marco de Canavezes. Um género de Entroncamento, muito
dado à paternidade de fenómenos, como Carmen Miranda – que o Brasil adoptou – e
Avelino Ferreira Torres que ninguém quis, depois de quase ter destruído a
pontapé o estádio da terra, a pretexto de lhe assistir o direito de partir tudo
porque também tinha sido ele a pagar tudo. Um exemplar conceito de benemerência
que o há-de levar à beatificação e ao altar.
Agora
o nosso plantador de kiwis, cuja notoriedade decorre do facto de manter
constante o preço do arroz carolino na sua rede de mercearias, introduz a
química orgânica – lá vai isto dar merda de novo! – na economia e diz
publicamente, a plenos pulmões, que não vê porque não há de haver ordenados
baixos. Porque, segundo a sua química, se assim não for, não haverá emprego
para ninguém. E que, para melhorar a competitividade, se deve pensar mesmo em
não haver ordenados nenhuns, salvo para as luminárias que vão à roda do leme. O
resto é apenas força de braços para os remos, no porão das naus que hão de
descobrir novamente o Brasil. E novamente no caminho para a Índia, como da
outra vez.
Como
diz outra graçola qualquer, a este, para ser um respeitável burro mirandês, só
lhe faltam mesmo as penas. Até as quatro patas já tem!
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