22 de março de 2013

Prémio Nobel da Economia


Há muitos anos atrás, Edward Heath, um primeiro-ministro inglês já morto e enterrado, foi figura central de uma anedota que varreu o país, ex-aequo com a D. Amália Rodrigues que, por feitos patrióticos que superaram os da D. Brites de Almeida, repousa no remanso tumultuoso de Santa Engrácia, com vistas privilegiadas para o Tejo e para os submarinos do Dr. Portas.

E o que no essencial a anedota dizia era que tinha sido atribuído a ambos o prémio Nobel da Química. Dispenso-me de referir os feitos da D. Amália para que tivesse sido galardoada, nem o impagável Dr Relvas, o seu patrão e o tutor de ambos iriam perceber o contributo que a senhora tinha dado à ciência. É diferente o caso do Sr. Heath de quem se dizia que o prémio lhe era atribuído por ter conseguido transformar a libra esterlina em merda. Literalmente e sem mais!


Claro que os tempos mudaram e há mesmo quem diga por aí que evoluíram. E Portugal enxameia de candidatos ao Nobel, seja ele qual for. Por ironia do destino, e talvez não, um dos mais fortes candidatos ao prémio Nobel da Economia é um engenheiro químico de formação, jovem agricultor, perseguindo o título de rei do kiwi do concelho do Marco de Canavezes. Um género de Entroncamento, muito dado à paternidade de fenómenos, como Carmen Miranda – que o Brasil adoptou – e Avelino Ferreira Torres que ninguém quis, depois de quase ter destruído a pontapé o estádio da terra, a pretexto de lhe assistir o direito de partir tudo porque também tinha sido ele a pagar tudo. Um exemplar conceito de benemerência que o há-de levar à beatificação e ao altar.

Agora o nosso plantador de kiwis, cuja notoriedade decorre do facto de manter constante o preço do arroz carolino na sua rede de mercearias, introduz a química orgânica – lá vai isto dar merda de novo! – na economia e diz publicamente, a plenos pulmões, que não vê porque não há de haver ordenados baixos. Porque, segundo a sua química, se assim não for, não haverá emprego para ninguém. E que, para melhorar a competitividade, se deve pensar mesmo em não haver ordenados nenhuns, salvo para as luminárias que vão à roda do leme. O resto é apenas força de braços para os remos, no porão das naus que hão de descobrir novamente o Brasil. E novamente no caminho para a Índia, como da outra vez.

Como diz outra graçola qualquer, a este, para ser um respeitável burro mirandês, só lhe faltam mesmo as penas. Até as quatro patas já tem!

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