20 de junho de 2017

Não faças da tua inteligência a ignorância dos outros

Não faças da tua inteligência a ignorância dos outros.
Olha-te ao espelho
Põe-te de perfil
Admira a ilusória elegância da tua silhueta
Ajeita os cabelos e o sorriso
Mira-te nos olhos
Vê para além deles
E da dimensão da imagem reflectida no cristal.
Vê tudo, até ao fundo de quanto és
Vê os outros, para além da névoa e do cisco no teu olho
Sente-os como deves sentir,
Como se o teu coração te fosse além do olhar e das palavras
Esforça-te por entendê-los
Por dar-lhes a mesma medida que queres para ti
Fá-los iguais, sem tirar nem por.
Dá-lhes a mão sem que ela queime
Descalça os saltos altos,
Desce ao nível do chão sobre que caminhamos
Cultiva o ritmo da poesia e a humildade das papoilas.
Não chores as tuas lágrimas em vão,
Chora-as também pelos outros,
Derrama nelas o teu desencanto
E as dores de quem sofre para além de ti
E do espelho em que te reflectes, frágil e efémera.

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