As águas do rio tranquilo
As águas do rio tranquilo,
correndo sob o branco das nuvens de um dia ao sol. As margens de um verde único
e denso, sabendo a mar e abrigando milheirais em que voam borboletas livres e
seios erectos de mulheres maduras, arfando de calor e de desejo metálico e submerso.
O Verão a desenhar-se na corrente caindo dos açudes, como se fossem barcos, quando
o azul é mais azul e os peixes sobem para as nascentes. As espigas de milho
crescendo para a festa das colheitas, com a eira pronta para o sol nocturno e
para a celebração do dia nas veias da desfolhada. A noite da cidade a dar-te
pela cintura, o reflexo das luzes abrindo-se sob o teu rasto mágico, blusa
fresca sob o brilho cintilante das estrelas. O sal da tua boca no sangue dos
meus dedos, a tua mão inteira sobre o espasmo solitário do meu braço.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial