Quem tem amigos não morre na cadeia. Nem no hospital.
Ontem, segundo circulou por
aí, foi o dia do amigo. Para começar o meu dia, cerca das 08:20, recebi a
chamada de uma pessoa amiga. Daquelas amizades permanentes, sinceras,
compreensivas e incondicionais. No decurso de quase uma hora deixou-me mimos e
carinhos bastantes para me encherem o dia e irem além dele. Depois, com toda a
ternura e a voz alterada, despediu-se e deixou-me a saudação final: “vou
desligar, cheia de raiva”.
À noite, um pingo de água e
duas colheres de sopa, para tomar um medicamento, trouxeram-me uma má
disposição imediata e a necessidade imperiosa de vomitar. Desfaleci e recuperei
a consciência, estendido no chão da cozinha, traumatizado, sem forças para me
levantar.
Foi uma segunda pessoa amiga
que insistiu comigo para que chamasse por socorro e que, perante a minha
resistência, o pôs em minha casa. Repetiram-se os episódios do vómito e da
perda de consciência. Entrei na urgência do Hospital de São João, pelas 00:44.
Feito num oito, como também se costuma dizer, regressei a casa pouco antes das
sete da manhã.
Os amigos são para as
ocasiões, é um rasteiro lugar-comum, o único que está à minha altura. Obrigado
ao celebrado dia dos amigos. Obrigado aos amigos também. Pela raiva e pelo
telefonema para o Inem! E ao táxi que me trouxe para casa, apesar do custo da
corrida!
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