O fascínio do mar
O fascínio do mar. A
dimensão a perder de vista. A sedução do desconhecido. O que está para além dos
barcos e da distância. A autoridade com que reduz os continentes ao tamanho de
ilhas. O temor que inspira, a atracção fatal que desperta. A passadeira de
espuma branca que estende pelo areal. A fúria com que inunda o convés, desgasta
rochedos, rejeita destroços. As ondas dóceis, como gotas frescas na palma da
mão, lágrimas de ternura nos olhos das crianças. A cor, as cores com que se
veste, azuis ou verdes, sempre sabendo a cristais de sal. A profundidade a que
guarda os seus segredos, as cavernas onde acautela a sua intimidade. A
imponência das vagas, o rugido tropical das calemas, o domínio das marés. O
olhar indefeso das aves marinhas, pousadas no alto escarpado dos promontórios.
O espanto de quem o vê pela primeira vez, vindo de longe. A paixão absoluta. O
amor com que se lhe entrega a vida, a saudade com que se lhe morre nos braços.
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