1 de julho de 2024

Fausto Bordalo Dias

O Carlinhos morreu. Conheci-o quando a sua família morava no Bairro de São João, em Nova Lisboa, mesmo em frente à escola nº. 21, onde completei a minha instrução primária. A sua mãe, ali professora, morreu prematuramente, ainda muito nova. O seu pai é que era o Fausto, o sucateiro, com quem ainda estive numa das minhas poucas idas ao convívio anual nas Caldas da Rainha. O seu irmão Manuel, mais velho, médico veterinário, também já falecido, ainda se encontrou comigo num dos almoços de confraternização, creio que na Redinha, Pombal. Nunca me reencontrei com o Carlinhos, a não ser sentado na plateia, para ouvi-lo.


Primeiro num concerto a que se aventurou, no Coliseu do Porto, a solo. E mais tarde, na mesma sala emblemática da cidade invicta, num concerto único com José Mário Branco e Sérgio Godinho. Em criança era pequeno, magro, enfezado e ninguém diria que os seus dedos viriam a ter o virtuosismo que tiveram dedilhando as cordas de uma viola ou que o seu vozeirão ecoaria até ao último lugar do coliseu. Eu só gosto de música, nem sei uma nota, nem tão pouco tenho ouvido musical. Mas Fausto Bordalo Dias deixa-nos, com poucas ou nenhumas dúvidas, o trabalho mais importante da música popular portuguesa dos últimos cem anos: Por este rio acima!

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial