7 de janeiro de 2004

A Dra Edite Estrela melhora o currículo

Num julgamento cuja sentença foi profundamente injusta, segundo a própria, a Dra Edite Estrela melhorou ontem o seu currículo pessoal: 200 dias de multa a 30 euros por dia, totalizando 6.000 euros ou, em reformados escudos, cerca de 1.200.000. Em alternativa, 133 dias de prisão efectiva.

Não admira que tenha praticado irregularidades abrangidas pelo âmbito do código penal. Admira, isso sim, é que tenha sido acusada, submetida a julgamento, considerada culpada e condenada. Louve-se-lhe, apesar de tudo, o facto de ter solicitado o levantamento da imunidade parlamentar - um aborto! - para ser julgada, acto que foi tomado em consideração como circunstância atenuante. Paralelamente seja considerado agravante o comportamento de outros seus colegas do hemiciclo!

À saída do tribunal declarou que se mantém determinada em manter o emprego de deputada por se sentir com imensa força. Acrescentando ainda que, se tivessem assistido ao julgamento, teriam verificado que a senhora tinha saído de lá reforçada.

Sendo a Dra Edite uma pessoa que sempre teve muito cuidado com os seus longos cabelos e que sempre adoptou uma posição arrogante, como se não fosse de Carrazeda de Ansiães, não admira que se defenda da forma surrealista como o fez. Em primeiro lugar e relativamente a uma carta dirigida aos munícipes, quando era presidente da Câmara de Sintra, disse que de facto assinou a carta mas que não era responsável pelo respectivo conteúdo. Seguindo-lhe o exemplo e a teoria, a partir de amanhã vou pedir ao meu vizinho do lado que me preencha todos os cheques sem tecto que eu quiser e que me limitarei a assinar. Confirmarei sempre que a assinatura me pertence, mesmo em tribunal, mas declinarei obviamente todas as responsabilidades no que se refere ao conteúdo dos mesmos. E invocarei a Dra Edite!

Quanto à sua actividade política o caso não espanta. Nem sequer que sinta ter saído reforçada do julgamento. Pelo contrário, certamente se sentiria muito mais reforçada se tivesse sido condenada aos cinco anos de prisão previstos no código penal para os crimes de que foi acusada. Em vez dos míseros 133 dias, caso não disponha de economias ou não obtenha um crédito ao consumo para pagar a respectiva multa.

O caso seria mais complicado se fosse com um qualquer ajudante de trolha. Nunca recolheria fundos suficientes para pagar a multa e daria com os costados lá dentro. E quando saísse, tendo averbamentos no seu registo criminal, dificilmente conseguiria descobrir quem lhe desse emprego. Mas a profissão de ajudante de trolha é, como toda a gente sabe, particularmente exigente no que respeita à conduta dos seus membros. Já a de deputado é mais flexível e permissiva: basta ser maior para se ser candidato. Quanto aos actos que se praticam, por regra, ficam impunes. E, se não ficarem, as penalizações são rapidamente esquecidas. Os construtores civis é que persistem na mania de pedir aos candidatos a ajudante de trolha os respectivos certificados de registo criminal.

Ainda quanto a isto, por simples similaridade, parece que o Dr Santana - por mera questão de economia pessoal - recentemente convocou uma conferência de imprensa para instalações municipais e utilizando papel timbrado da autarquia. Como se ele fosse o dono da câmara ou como se esta se confundisse com ele. Que de facto, desde sempre, teve uma tendência quase fatídica para a confusão! Ninguém soube? Ninguém viu? Ninguém lá esteve?

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