17 de fevereiro de 2004

Carolina sal a mais e chá a menos da Costa


Por muito exemplar que seja o futebol, como propaga o Sr Loureiro pai, a verdade é que o mesmo tem vindo a ser palco de intrusões por parte de pessoas que, tendo estudos, não sabem sentar-se à mesa e pegar no talher. Faz falta ao futebol o Sr João Rocha que, no Sporting, conseguiu no seu tempo ensinar os jogadores a sentarem-se à mesa, a comerem de faca e garfo, a distinguirem a sopa de nabos de um pudim francês e a cumprimentarem as senhoras. Os filhos, infelizmente, descontinuaram a actividade e têm apenas seguido os métodos para filtrarem as entradas nas discotecas de que são gerentes.

No norte o panorama não é muito melhor, apesar dos esforços da família Loureiro, um exemplo de boas maneiras adquiridas na tropa. E o patriarca, que ainda utiliza um posto militar antes do nome, que o diga. Mas, mesmo assim, faltam maneiras, apesar das pessoas terem frequentado escolas nas Fontaínhas e acabado, por vezes, nos bancos da aristocrática Católica. Ninguém parece ler os livros, perfeitamente essenciais, da D Paula Bobone, o que é uma pena.

No domingo passado o casal Pinto da Costa, terceira edição, viajou para Lisboa. Mais precisamente para o novo estádio da Luz, para assistir ao Benfica - Porto. O Sr Pinto da Costa, todas as câmaras o focaram, foi sentar-se no banco, na companhia dos Srs Mourinho e Reinaldo Teles, para fiscalizarem a equipa de arbitragem e darem uma ajuda aos jogadores se ela viesse a ser necessária. A senhora de Pinto da Costa III meteu à carteira um dos convites recebidos, solicitou o acompanhamento de uma equipa de guarda-costas e dirigiu-se ao camarote presidencial. O Sr Luís Filipe Vieira, que teve explicações de etiqueta com a D Paula, levantou-se solícito para receber Sua Excelência, cumprimentá-la, agradecer-lhe que tivesse vindo e indicar-lhe humildemente o seu lugar. Começou por estender-lhe a mão, baixa para que a senhora não pensasse que ele lhe ia dar algum estalo e para que os guarda-costas se mantivessem tranquilos, embora vigilantes. Ficou de mão estendida como se fosse um cachorro a obedecer às ordens disparatadas do dono porque a senhora achou que não tinha que cumprimentá-lo. Claro que não tinha, se tivesse ficado a ver o jogo na companhia do Bobby e do Tareco com quem, dizem, se entende às mil maravilhas. Nem por causa da ração se desentendem.

O Sr Loureiro pai anunciou já a realização de acções de formação que possam melhorar o comportamento das pessoas em relação a aspectos sociais de tal importância. Luta é com dificuldades para arranjar sala com capacidade para tanta gente porque muita há que precisa de ser reciclada e mais do que uma vez. Como o lixo.


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