Não se percebe que os portugueses sejam os mais pessimistas
O eurobarómetro, que é uma coisa esquisita que a União Europeia usa de vez em quando, não oferece confiança nenhuma. Nem pouca, nem muita. Vem agora dizer que os portugueses são a população da União Europeia menos satisfeita com a sua vida, em resultado da medição da opinião pública recentemente levada a efeito. Portanto, pelo que parece. o eurobarómetro é um instrumento de medida, assim como um metro, um litro ou um quilograma. O que desde logo nos leva a concluir que, em muitas coisas, os europeus utilizam métodos arcaicos que nós abandonámos no sotão há muitos anos atrás. Apenas por isso podem, erradamente, chegar às medidas que chegam.
Que os gregos sejam os segundos mais pessimistas da Europa, aceita-se e é coisa que nos não preocupa nada. Gregos já eles são com mais uma desilusão ou outra, com história ou sem ela. Agora nós, só pode ser engano. Os portugueses são, graças a Deus e ao governo, um povo felizmente orgulhoso do seu passado, do seu presente e do seu futuro. Somos o país que D. Afonso Henriques resolveu fundar para ter uma nacionalidade, navegámos por mares nunca dantes navegados, descobrimos as ilhas da Madeira e de Porto Santo, dobrámos o Cabo Bojador e Vasco da Gama foi o primeiro a descobrir o caminho marítimo para a Índia. O segundo ainda não apareceu mas os esforços continuam e deve estar por pouco. E na Madeira, como descendente directo de Zarco, já está o Dr Alberto João.
Demos ao mundo grandes personalidades e algumas até acabaram santos, como Santo António de Lisboa. Ganhámos prémios Nobel, como o professor Egas Moniz e o emigrante Sr José Saramago. O Benfica teve o Eusébio com dezassete anos a alinhar na equipa de honra e varremos o Barcelono e o Real de Madrid em dois anos seguidos. Em 1966, em Inglaterra, arrasámos o que nos apareceu pela frente e, em consequência disso, nem a Coreia ainda conseguiu reunificar-se.
Construímos um Centro Cultural de Belém dentro dos prazos e dos orçamentos, como é nosso rigoroso hábito. O mesmo fizémos com a Expo 98, com a ponte Vasco da Gama e com o Porto 2001, capital europeia da cultura. Tão bem feita que ainda continua por acabar e as ruas que foram arranjadas estão piores do que estavam antes. As populações acumulam-se, à noite, à frente da que há-de ser a porta de entrada da Casa da Música. Para assistir aos concertos do Sr Burmester, se ele ainda tocar quando o palco estiver pronto.
Temos dez estádios novos a vamos disputar a fase final do Euro 2004 sem necessidade de jogarmos a fase de qualificação. Ganhamos menos que os espanhois mas as mulheres deles são muito mais gastadoras do que as nossas. Temos um governo mais novo do que o deles e, portanto, mais atraente e cheio de ideias inovadoras. O nosso primeiro ministro prometeu fazer de Portugal um dos melhores países da Europa e só temos que esperar porque sabemos que não nos vai enganar. As nossas cidades, em especial a de Lisboa, são as mais povoadas, as mais atraentes, as mais cativantes de todas. A cada hora que passa o Dr. Santana Lopes manda plantar um novo painel com a sua fotografia e o Dr Rui Rio abre uma nova crise com o Sr Pinto da Costa.
Somos um povo feliz que se manifesta, aqui e agora, contra o disparate do eurobarómetro. Temos aí, para o que der e vier, o Portugal em acção, com logotipo e tudo. E a acção nota-se melhor nos dias em que a função pública está em greve porque as pessoas estão mais na rua, para verem. Não há crise nenhuma, ainda ontem mais de 500 senhores importantes se reuniram para tratarem da nossa vida. Não vamos deixar de confiar neles, como confiamos no padre que nos baptizou. Vamos mandar às urtigas esses instrumentos de medida europeus que não se sabe como funcionam nem para que servem. Mas que são uma porcaria. Nós somos felizes, sentimo-nos satisfeitos, temos uma história de que nos orgulhamos. Até fomos os melhores colonizadores do século vinte, segundo o Mar Salgado. Íamos agora sentir-nos deprimidos, dar crédito às crónicas dos Srs Vasco Pulido Valente e Luís Delgado e tomar Prozac para animar. Nem pensar!
Que os gregos sejam os segundos mais pessimistas da Europa, aceita-se e é coisa que nos não preocupa nada. Gregos já eles são com mais uma desilusão ou outra, com história ou sem ela. Agora nós, só pode ser engano. Os portugueses são, graças a Deus e ao governo, um povo felizmente orgulhoso do seu passado, do seu presente e do seu futuro. Somos o país que D. Afonso Henriques resolveu fundar para ter uma nacionalidade, navegámos por mares nunca dantes navegados, descobrimos as ilhas da Madeira e de Porto Santo, dobrámos o Cabo Bojador e Vasco da Gama foi o primeiro a descobrir o caminho marítimo para a Índia. O segundo ainda não apareceu mas os esforços continuam e deve estar por pouco. E na Madeira, como descendente directo de Zarco, já está o Dr Alberto João.
Demos ao mundo grandes personalidades e algumas até acabaram santos, como Santo António de Lisboa. Ganhámos prémios Nobel, como o professor Egas Moniz e o emigrante Sr José Saramago. O Benfica teve o Eusébio com dezassete anos a alinhar na equipa de honra e varremos o Barcelono e o Real de Madrid em dois anos seguidos. Em 1966, em Inglaterra, arrasámos o que nos apareceu pela frente e, em consequência disso, nem a Coreia ainda conseguiu reunificar-se.
Construímos um Centro Cultural de Belém dentro dos prazos e dos orçamentos, como é nosso rigoroso hábito. O mesmo fizémos com a Expo 98, com a ponte Vasco da Gama e com o Porto 2001, capital europeia da cultura. Tão bem feita que ainda continua por acabar e as ruas que foram arranjadas estão piores do que estavam antes. As populações acumulam-se, à noite, à frente da que há-de ser a porta de entrada da Casa da Música. Para assistir aos concertos do Sr Burmester, se ele ainda tocar quando o palco estiver pronto.
Temos dez estádios novos a vamos disputar a fase final do Euro 2004 sem necessidade de jogarmos a fase de qualificação. Ganhamos menos que os espanhois mas as mulheres deles são muito mais gastadoras do que as nossas. Temos um governo mais novo do que o deles e, portanto, mais atraente e cheio de ideias inovadoras. O nosso primeiro ministro prometeu fazer de Portugal um dos melhores países da Europa e só temos que esperar porque sabemos que não nos vai enganar. As nossas cidades, em especial a de Lisboa, são as mais povoadas, as mais atraentes, as mais cativantes de todas. A cada hora que passa o Dr. Santana Lopes manda plantar um novo painel com a sua fotografia e o Dr Rui Rio abre uma nova crise com o Sr Pinto da Costa.
Somos um povo feliz que se manifesta, aqui e agora, contra o disparate do eurobarómetro. Temos aí, para o que der e vier, o Portugal em acção, com logotipo e tudo. E a acção nota-se melhor nos dias em que a função pública está em greve porque as pessoas estão mais na rua, para verem. Não há crise nenhuma, ainda ontem mais de 500 senhores importantes se reuniram para tratarem da nossa vida. Não vamos deixar de confiar neles, como confiamos no padre que nos baptizou. Vamos mandar às urtigas esses instrumentos de medida europeus que não se sabe como funcionam nem para que servem. Mas que são uma porcaria. Nós somos felizes, sentimo-nos satisfeitos, temos uma história de que nos orgulhamos. Até fomos os melhores colonizadores do século vinte, segundo o Mar Salgado. Íamos agora sentir-nos deprimidos, dar crédito às crónicas dos Srs Vasco Pulido Valente e Luís Delgado e tomar Prozac para animar. Nem pensar!
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial