13 de abril de 2004

Divagação sórdida versus revolta da dignidade

Depois de ter poupado os leitores do seu jornal durante alguns dias, em que presumivelmente terá chapinhado nas águas cálidas da Ilha Grande, esquecendo o seu fidagal inimigo de estimação em benefício das prebendas do clima, José Manuel Fernandes voltou. Como Fântomas sempre fez e logo para escrever americanices que nem aos desmiolados americanos ocorreram, sentindo-se mais papista que o papa. Como é hábito e sobre o Iraque, evidentemente. Para dizer:

... bastou uma semana de intensa luta entre milícias irregulares e as forças da coligação, luta essa acompanhada pela mais sórdida das tácticas de guerrilha - o rapto de civis para exercer chantagem -, para que de imediato regressasse o discurso sobre o "pântano" do Vietname e jornais como "The New York Times" viessem pedir "um plano de saída moralmente viável". Ou seja, uma fuga honrosa. Contudo, não só o que está em jogo no Iraque é muito mais importante do que uma das "batalhas laterais" da guerra fria...

Por ironia de paginação, logo ao lado, o artigo semanal de Vital Moreira cujo título, desde logo, parece ter destinatário pre-definido: "É a ocupação, estúpido!". Para dizer:

O que está a vir ao de cima é a revolta da dignidade e do orgulho nacional contra a violência da ocupação. Mesmo que a esmagadora maioria dos iraquianos sinta alívio pelo fim da ditadura de Saddam Hussein, isso não significa automaticamente qualquer contentamento pela persistência de uma ocupação que não somente destruiu boa parte do país e fez do Iraque um paraíso do terrorismo internacional como tem reprimido pela força todas as manifestações de resistência, ainda por cima com violência desproporcionada.

Mesmo com algum atraso não quererá algum benemérito amanhã, numa aberta, ler ao JMF o artigo do professor VM? A ver se, por uma vez, o mesmo aprende a arrumar ideias e a pensar usando o volume de massa encefálica que carrega? Em vez de falar de técnicas sórdidas de guerrilha, como se ela as tivesse também transparentes, a justificarem o Nobel da Paz. Como a guerra santa do JMF certamente terá, disso não tem ele dúvidas! Não é preciso ter lata. É preciso mesmo é não ter vergonha nenhuma!

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