24 de novembro de 2004

A sueca

Para o português comum, inveterado macho latino, Zézé Camarinha anónimo sem proveito e sem currículo, sueca quer invariavelmente dizer uma gaja alta e loura, de olhos azuis e pele de leite. Que frequentemente aparece por terras algarvias, trazida no bojo de um qualquer avião fretado para uma excursão de saldo e alguns dias de sol.

Não é essa, esta sueca. Esta sueca é o fulcro, o centro nevrálgico do governo, o jogo de cartas em que se faz renúncia e se não entrega a manilha seca ao vigor poderoso do ás da batota. Santana Lopes o disse e amanhã, para que tudo continue a ser normal, o desdirá. Não fez uma remodelação, fez alguns ajustes. A mesa é a mesma, o pano verde não se mudou, apesar dos buracos que apresenta, já queimado pelas beatas de fumadores menos cautelosos. Os baralhos a usar são os mesmos, de plástico barato, que desbota e perde a cor, as figuras e os números. Adquiridos na conveniência nocturna de uma loja de chineses, a caminho da Reboleira.

O grupo da sueca de Santana Lopes levantou-se dos lugares que ocupava, desentorpeceu as pernas, trocou de parceiros e volta a sentar-se ao redor da mesa. De jogo e do orçamento. Nada mudou, até o qualquer coisa da silva continua a ser ministro. É a imagem de marca do governo, não pode ser dispensado.

1 Comentários:

Às 10:22 da tarde , Blogger Carlos Araújo Alves disse...

Também...! Coitado do moço, ainda agora lá chegou!

 

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