Património mundial
O Porto celebra 10 anos de consagração como cidade património da humanidade. Não sei onde, não sei como, não sei porquê. Especialmente não sei porquê! Mas, portuense por opção, entendi dever fazer o meu próprio percurso e incluir a Rua de Santa Catarina no meu roteiro. Desci-a esta manhã a partir do Largo da Aguardente, crismado em Praça do Marquês de Pombal, andando mais devagar e procurando fazê-lo de olhos um pouco mais abertos do que o habitual. A Rua da Santa Catarina foi uma artéria emblemática, nos tempos em que comecei a perder algumas noites jogando o monopólio e em que o Dr. Salazar elegia e exonerava ministros, presidentes de câmara, regedores e até contínuos.
Bastou-me a amostra até à Rua de Gonçalo Cristóvão, a cuja esquina fica o bonito edifício do ACP, com uma imponente magnólia branca no quintal e duas soberbas tílias em frente. Ou melhor, cinquenta metros mais abaixo para confirmar o empenhamento do sector público neste desígnio da cidade. As traseiras da escola de Augusto Gil são a confirmação de que a cidade vive. Alquebrada, trôpega, apoiando-se às paredes para chegar ao quarteirão seguinte, caindo em plena via pública sem 112 que lhe acuda. Estão em ruínas, com os alunos ignorando o português e renegando a matemática.
No largo do Bonjardim, também alcunhado de Tito Fontes, ainda está erguido o palanque para a música e para o espectáculo da noite de S. João. Não cheira a manjerico, não se vêem restos de cidreira, não se vislumbra ao abandono uma maçaneta de alho-porro. Ao abandono mesmo só a cidade, comemorando os dez anos de património mundial. Não sei onde, não sei como, não sei porquê. Definitivamente não sei porquê!
Bastou-me a amostra até à Rua de Gonçalo Cristóvão, a cuja esquina fica o bonito edifício do ACP, com uma imponente magnólia branca no quintal e duas soberbas tílias em frente. Ou melhor, cinquenta metros mais abaixo para confirmar o empenhamento do sector público neste desígnio da cidade. As traseiras da escola de Augusto Gil são a confirmação de que a cidade vive. Alquebrada, trôpega, apoiando-se às paredes para chegar ao quarteirão seguinte, caindo em plena via pública sem 112 que lhe acuda. Estão em ruínas, com os alunos ignorando o português e renegando a matemática.
No largo do Bonjardim, também alcunhado de Tito Fontes, ainda está erguido o palanque para a música e para o espectáculo da noite de S. João. Não cheira a manjerico, não se vêem restos de cidreira, não se vislumbra ao abandono uma maçaneta de alho-porro. Ao abandono mesmo só a cidade, comemorando os dez anos de património mundial. Não sei onde, não sei como, não sei porquê. Definitivamente não sei porquê!
5 Comentários:
é o mesmo Porto que me magoa.
é esse Porto, que mesmo com sol é triste e outonal, deserto e maltratado
Uma enorme perda de oportunidades!!
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Tu não sabes.. ai sim tens razão... Sou aluno não interessa se de preparatório ciclo ou universitário.. não interessa quantos cursos tenho ou venha a ter..mas não digas que os alunos relegam o Português ou Matemática... Se tu relegas é algo teu e pessoal se os teus filhos o fazem tens que aprender a motiva-los... o que interessa agora é o Porto. E esse é enorme.. um dia quando quiseres ver esse Porto Património mundial deixo-te um conselho. Vai a Sé, Desce os guindais, Passa na Ribeira, sobe pela rua escura e vai em direcção aos Clérigos mas não vás nunca pelas artérias principais... vai por dentro... sobe aquelas ruas que tu nunca subis-te pois parecem demasiadamente sombrias aos teus olhos melindrosos... agora que estas nas costas dos clérigos vai em frente ,não pares, passa pela fonte dos Leões e para! Olha para traz. Já percebes o porque desta cidade ser apaixonante/Património mundial?! Se não.. Desculpa... Perdi o meu tempo com quem não quer ver..
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