Huambo – Almoço dos ex-estudantes
Realizou-se
ontem, sábado, em Redinha, Pombal. Ainda na véspera fui para a cama hesitante,
sem ter decido nada sobre a minha ida. Tive uma noite intranquila, talvez
devido à noite quente, o que me é raro. Ontem acordei e decidi-me de forma
instantânea e meti-me a caminho, com tempo que me permitisse conversar um pouco
com pessoas de quem gosto e que a geografia e o calendário vão afastando de
mim.
Ainda
estacionava e já tinha ganho o dia e a aposta. Para além de presenças
habituais, três houve que mais que justificaram a minha ida à Redinha. Desde
logo o Padre Abel, como sempre foi carinhosamente tratado. Mesmo quando, quase
na época dos descobrimentos, era pároco no Bairro de São João e foi na sua
igreja que, por atavismo, fiz a minha primeira comunhão. Tantas vezes o seu
nome foi referido durante estes anos, mesmo em minha casa, sem nunca nos termos
encontrado. A alegria que me veio por tê-lo finalmente encontrado. E bem,
clarividente e resoluto, carregando com os seus 87 anos e a sua doçura de
sempre.
Depois
o meu querido amigo Rui Vieira ou, como deve ser, Rui Augusto Perestrelo
Vieira. Amigos de sempre, do tempo dos calções e do colégio Dom João de Castro,
do Álvaro Gaspar Cabral, da Aninhas, da Odete e da Olga, a família toda. Amigos
para sempre, mesmo que distantes, mesmo que para além do horizonte. O Rui é uma
lição de vida, um caso de sucesso, uma simpatia trazida do berço, carregada no
ADN. Tínhamo-nos encontrado uma vez, em Évora, onde os poucos fundadores do
liceu, os dons afonsos henriques da época, se juntaram para uma fotografia
histórica que anda por aí e que deve ter ficado à porta da Time e da Newsweek
dos bons tempos. E nas recordações gratas de cada um de nós.
O
António João Guerreiro da Palma, também dando por João da Palma, colega da
quarta classe, feita na escola primária número 21, no bairro de São João, sob a
direção de um professor de apelido Ribeiro. Cuja presença nos atemorizava mal
saíamos de casa, a caminho da escola, sem que me recorde de que, apesar disso,
nos castigasse muito. E onde eram ainda professoras a minha querida D. Ana
Costa Reis, de boa e permanente memória, e a mãe do meu admirado Fausto Bordalo
Dias, tão prematuramente saída do nosso convívio.
Depois
vem-me à memória a série de nomes dos que já deixaram o nosso grupo, a começar
pelos professores. O Saparalo, que aqui referi há dias, o Dr. Amaral Gouveia, o
Dr Armindo Gonçalves, a Fernandinha, o Dr. Serpa Neves. E os colegas: o
Silveira Dias – um beijo Maria de Lourdes, serás sempre parte de nós! – o Grade
Ribeiro, o Simões de Abreu, a Hermínia Pinheiro, o Artur Pereira e todos aqueles de que nem tenho
conhecimento.
E
a série dos ausentes, por diversas razões. A começar pela doce Dra. Dorinda
Agualusa, a quem faria questão de, humildemente, entregar, por carinho e
gratidão, um pequeno raminho de orquídeas, a flor da minha paixão, à falta de
rosas de porcelana. Vou ter de tratar de mim para lhas ir levar a Montedor. A
Dra. Dárida, a quem devo o pouco inglês que aprendi, no único ano em que foi
minha professora. O António Segadães, desde sempre o melhor de todos e em todos
os locais. Conservando a simplicidade de sempre, tendo direito às
excentricidades que apenas se reservam aos génios. O Marcos Levi, o Norberto, o
Jorge Costa Reis, a Teresa Molar, a Manuela Peixoto. E aqueles de que ninguém
sabe: o José Lourenço Maia, o Rubi, o Eduardo Rato. E quantos mais, tantos que
fomos!
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