Vai gordo o Douro
Vai
gordo o Douro. Gordo e sujo. Feio, castanho, barrento. Encorpado, mostrando o
físico, correndo tranquilo e atento. Vendo o que se passa à sua volta, o que se
mexe no leito. Não chegou à linha das margens, está longe de as ameaçar e de
invadir terrenos onde às vezes o leva a fúria do caudal. Mas quer mostrar-se
musculado, pronto para o combate, se as condições a isso o obrigarem.
Nada
o incomoda o vento desabrido e frio que vindo da foz sopra contra a corrente.
Nem reage, não se lhe enruga a pele, não se lhe eriça a imperceptível ondulação
com que marcha para o mar, não se lhe põem os cabelos em pé. No leito as
embarcações encostam-se a alguma proteção que as margens lhes possam oferecer,
resguardam-se, encolhem-se com receio de que o rio possa tomar a mal qualquer
movimento não denunciado.
Não
mostra nenhuma violência, não ameaça, não assusta. Só corpo e força, calma e
tranquilidade. Impondo respeito, um respeito gordo e sujo.
1 Comentários:
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