A propósito de uma publicação aí em baixo
Depois
de muito tempo e fortes reservas – e de mais de 2.000 amizades de que,
pessoalmente, conheço poucas! – rendo-me hoje, sem reticências e publicamente,
ao Facebook, ao senhor Zuckerberg e à bolsa de valores de Nova Iorque. Um amigo
virtual veio a minha casa e, desinteressadamente, ofereceu-me mais e melhores
coisas do que fez o Dr. Menezes até ao final da semana passada, nos folhetos
com que foi atafulhando as caixas de correio dos portuenses que o mandaram às
malvas.
Promete-me
boa saúde e bem estar e propõe-se explicar-me o que devo fazer e como. Ao mesmo
tempo que me assegura ter solução para o meu problema, antes mesmo de o
conhecer, como se fosse ministro, ajudante ou bruxo. Consequências da
virtualidade absoluta, está visto porque, como o governo, este amigo desconhece
por inteiro o país ideal em que ainda me mantenho vivo, mais graças ao Espírito
Santo do que propriamente ao ministério inteiro.
Boa
saúde é coisa que não me falta, nem a mim nem aos portugueses em geral.
Ministro atrás de ministro têm-nos oferecido mais e melhores cuidados,
aumentando-nos as taxas moderadoras, reduzindo-nos as comparticipações nos
medicamentos e deixando-nos apodrecer nas filas de espera para as operações aos
joanetes e à queda do cabelo. O bem estar dos cidadãos é coisa com que o país e
o ex-ministro Relvas perdem o sono e que mantêm sob rigoroso controlo. À custa
do trabalho competente e bem remunerado de consultores com longo currículo,
como o Dr. Catroga, e do uso de meios sofisticados como o computador Magalhães
e os submarinos de estimação em que o irrevogável ministro Portas se desloca
entre a Trafaria e o Cais do Sodré. Os “rankings” situam-nos entre os melhores,
só ultrapassados por Rafael Nadal, e mesmo este apenas no ténis jogado com a
mão esquerda.
Obrigado
amigo, muito obrigado do fundo do coração, com “bypass” e tudo, mas não quero
ser meu patrão. Nem passado, nem presente, nem futuro. Já fui, sou e
continuarei a ser patrão de muita gente pouco recomendável, que não contratei,
sempre à revelia. Nunca ninguém me perguntou quanto e para quê estava disposto
a pagar, e a quem. Sempre abusivamente me foram extorquindo, e fazem-no cada
vez mais, sem palavras e pela calada da noite. Se os apanho, tenho a caçadeira
carregada e a jeito, deixo-lhes os chifres embolados para uma corrida à
portuguesa, na praça do Campo Pequeno. Aí é que talvez venha a ter um problema
e lhe peça ajuda, para me tirar do xadrez. Para poder andar por aí, sem ninguém
saber de mim, como o Dr. Oliveira e Costa, daquele banco onde toda a gente
ganhou dinheiro sem nunca lá ter investido nada em acções e sem se lembrar de
nada!
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