O paraíso num abraço
Com mãos leves e macias,
nesta manhã de primavera, percorro-te o corpo perfumado, lentamente, como o sol
claro, a oriente, sobe do horizonte desde a alvorada. Há um perfume diferente
em cada dia a que o corpo se te entrega, nunca é igual o movimento das copas
altas dos plátanos, em função da brisa que as acaricia, rosa-dos-ventos, norte
hoje, amanhã sul, sempre tempo para mudar de rumo. Nunca é igual o voo plano a
que se dedicam as gaivotas, dançando numa geometria variável sobre o mar chão
que quase não parece líquido nem oceano.
É a sempre diferença do
perfume que te amacia a pele, a magia e o fascínio do teu corpo inteiro, ilha
desnuda flutuando suavemente ao sabor das águas tépidas, oferecendo-se ao doce
prazer da descoberta, dando às areias da praia deserta, os lábios túmidos, a
boca a saber a sal e a frescura, quatro mãos e um só destino, sempre um bom
porto que nos espera à chegada. Sem o bulício de navios e marinheiros, cargas e
descargas, cabos que rangem, guindastes que volteiam.
Apenas e só todo o infinito
que é o carinho sem medida deste abraço apertado, que nos leva para além do que
é humano e nos desenha os contornos do paraíso. Onde repousamos!
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