15 de maio de 2015

O sol brilhando-te na boca

Hoje, sexta-feira, quando o sol acolhe sob o seu manto um vento fresco, a empurrar o fim de semana, vejo-te surgir como uma aparição, por detrás dos troncos majestosos dos plátanos, o olhar sereno estendendo-me um abraço apertado e terno, as cores da primavera desalinhando-te os cabelos soltos, uma papoila vermelha fazendo-te os lábios apetitosos, incandescentes e sensuais, o sol brilhando-te na boca.

Não é miragem o tempo que nunca mais leva à beira mar, nem ao teu corpo franzino, atrás do qual se esconde um coração que bate seguro e certo, com a cadência rigorosa de um relógio suíço. Deixa que me chegue às narinas a fragrância única da tua pele, que nenhum perfume foi ainda capaz de imitar, e que a atmosfera que te transporta, transborde do calor que sinto na palma da tua mão e me paralisa a coluna, sempre que a distância nos aproxima.

Diz uma palavra inteira, a que não seja preciso contar as sílabas, seja ela qual for, comece por que letra começar, desde que nos traga a maresia e o amor dos gestos longos, que nos ensina um novo caminho em cada momento que passa. Porque o amor é uma peregrinação sem caminho e sem destino certos, onde o que realmente importa é descobrir o rumo que leva à chegada. E descobrir o sítio e o momento da chegada!


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