Nunca hesites quando a manhã é de promessas
Nunca hesites quando a manhã
é de promessas. Abre toda a janela do quarto ao sol que corre de nascente. Acolhe
no rosto a chuva oblíqua que atravessa as floreiras arrumadas ao canto da
varanda, onde cresce o aroma fresco que te enche as mãos de sede. Chama a
primavera, rega as plantas para que possam florir com saudades do efémero das
camélias. Deixa que a tua imagem se projecte inteira no espelho plano, como se
fosses mais do que tu. Solta os cabelos, ergue os caracóis num gesto único que
te desnude, como acontece com as andorinhas sob a luz que inunda os beirais.
Não enjeites a vida que fechas na palma das mãos, guarda nas gavetas o silêncio
que te resguarda a silhueta e os contornos. Preenche-te de confiança e de
certezas.
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