No teu 107º aniversário
Ontem, de véspera, fui à
confeitaria do costume e comprei o bolo. E ainda três velas que permitissem
compor os anos que completas e o singelo raminho de três orquídeas cor-de-rosa
que depositarás no sorriso fácil do teu regaço. Sim, mesmo as orquídeas quis trazê-las
da confeitaria para que tivessem o doce com que quero carregar o mais ligeiro e
mais breve dos meus gestos.
Esta manhã fiz-me ao caminho
do costume onde tudo me é familiar. Conheço cada curva, cada lomba de estrada,
cada árvore das bermas. Vejo vazios os ninhos altos das cegonhas, que já
partiram para levar ao destino o primeiro voo das crias. Uma ligeira brisa
agita as copas das árvores que resistiram ao verão e que me saúdam à passagem.
Encontro-te de surpresa, com
duas lágrimas de felicidade caindo-me dos olhos. Quase nem dá por isso o teu
olhar cansado nem a distância da tua ausência. Tão longe nos encontramos que
estamos cada vez mais perto, a fragilidade das tuas mãos entre os meus dedos.
Parabéns pelo aniversário, Minha Mãe!
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial