Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Aproveitando o dia feriado, a elite do Terreiro do Paço convergiu para a cidade transmontana do Peso da Régua, a fim de celebrar a data, subir ao miradouro da Galafura, admirar a paisagem verde dos socalcos e deliciar-se com os últimos resquícios da velha cozinha tradicional. Como convinha ao palato e à região, sempre salientando o sabor a fruta do vinho fino e do barca velha.
O Presidente da República fez questão de lembrar que Portugal ia de Viana do Castelo às ilhas do Porto Santo e do Corvo esquecendo-se, lamentavelmente, de referir a Aguada de Cima e o apetitoso leitão assado da Casa Vidal. Ninguém fez a menor referência a Camões ou aos Lusíadas e apenas um produtor de vinho referiu, de passagem, a figura histórica mais próxima da sua época, o Marquês de Pombal, que deu cabo dos taberneiros e concentrou o comércio da pinga.
Foram
muito genéricas as referências às Comunidades e incentivou-se o regresso dos
emigrantes e a vinda de forasteiros, desde que de bolsos cheios de dólares e de
reservas para o alojamento local e para os hotéis de cinco estrelas. Não se
ouviram, apesar disso, aplausos nem dos grémios nem dos sindicatos.
O povo,
como convém, manteve-se atrás das cordas montadas para sua protecção, para não
se tresmalhar, e aplaudiu o patrão da quinta e apupou o ministro Galamba. O doutor
Montenegro faltou à sombria manhã na praia de Espinho e mostrou-se, de fato e
gravata, à direita de um deputado do Chega com a barba por fazer. Por causa do
voo das aeronaves não houve lançamento de foguetes, ficando esta cerimónia
adiada para a noite de São João no Porto.
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