Francisco Louçã
Ao
fim de treze anos como deputado à Assembleia da República Francisco Louça
renunciou ontem ao mandato e deixou o parlamento. Das poucas palavras que
pronunciou sobre o assunto retive aquelas em que salientou sair tal como
entrou: com a sua profissão, sem subsídios e sem reformas.
Para
admirar uma pessoa não é preciso partilhar das suas ideias ou estar sempre de
acordo com ela. Mas creio não ser difícil reconhecer que Francisco Louçã
assumiu a sua condição de deputado com honestidade. Não se limitou a tratar da
imagem e apresentou trabalho, defendeu ideias, sugeriu soluções, teve sentido
de humor. Não me lembro de o ter visto ser apanhado em falso, foi uma voz
incómoda, que questionou. Até ao fim. Mesmo que eu, em resultado da
experiência, me confesse desencantado com a atividade política, a menospreze e
a não siga de forma intensiva.
Numa
época em que a democracia vai sendo progressivamente encerrada nas caixas
fortes dos bancos e não é, definitivamente, opção nos corredores de Berlim ou
de Bruxelas, creio ser de salientar a forma como se entregou às suas funções de
deputado. Coisa que se não pode fazer em relação a muitos que jazem e se
eternizam pelo hemiciclo. Tratando dos negócios!
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