Oposição acelera a favor do saque
Foi
ontem notícia o facto do grupo parlamentar do Partido Socialista, ao que dizem
na oposição, ter adquirido quatro viaturas Audi por mais de 200.000 euros, à
conta do orçamento da Assembleia da República, que o mesmo é dizer à nossa
custa. Manifestando assim o seu acordo e a sua solidariedade para com o rapaz
que exerce o cargo de ministro das finanças e dando absoluta cobertura aos
assaltos à mão armada que o mesmo e a sua quadrilha persistem, impunemente, em
levar a cabo como se cada um de nós fosse uma máquina multibanco.
Houve
logo vozes antipatrióticas de desmancha prazeres que se fizeram ouvir,
incapazes de perceber até que ponto a decisão contribui para a equidade, para a
superação da crise e para a erradicação da pobreza, principal objetivo do
governo e do engenheiro Ângelo Correia. Porque a igualdade entre portugueses
não se promove com uma frota de Fiat Punto nem a crise se ultrapassa sem custos
financeiros que a troika nos cobra pela desinteressada “ajuda” que nos dá e sem
o contributo de assessores, qualificados no dispêndio e inúteis no esforço. Mas
isto são contas de outro rosário porque, se não fosse isso, até o jovem Mário
Soares poderia ser candidato a ministro das finanças e não apenas uma edição
antiquada do professor Marcelo a dar palpites ou de um montador (salvo seja) de
tartarugas.
Claro
que quem não se sente não é filho de boa gente. E a estrutura do partido
dirigido por aquele rapaz que já esta semana foi à Disneylândia, visitar o
pateta, não perdeu tempo a reagir. De forma rápida, simpática e, sobretudo,
inteligente, por intermédio, claro, de responsáveis de primeira linha. Como
Francisco Assis que, de Amarante a São Bento e do Terreiro do Paço a
Felgueiras, conhece todos os sinuosos carreiros do poder, com todos os proventos,
todas as mordomias e, naturalmente, todos os múltiplos e variados automóveis
de serviço. E como Carlos Zorrinho,
deputado por nomeação vitalícia, acidentalmente secretário de estado e
aspirante a um lugar à volta da gamela onde o Tozé e Séquito, SA sonham meter as
mãos, os queixais e chafurdar livremente.
Ambos,
legítima e demagogicamente, afirmam estar no parlamento em minha representação,
sem que eu alguma vez lhes tivesse conferido mandato e considere o acto simples
usurpação de funções como se me viessem dizer que eram o professor Karamba em
pessoa e que me iam resolver os problemas do mau olhado. Ou a Senhora de
Fátima, que me ia recomendar para um lugar de prestígio no parlamento celeste,
onde não faltam nem o dinheiro, nem as mordomias, nem os automóveis de serviço
e não são precisas cadeiras. Desculpem mas não, essa das setenta virgens à
espera de cada um seria uma violência e a história pertence a outra
freguesia... e depois nem se sabe se apreciariam a dádiva do profeta!
E
disse Assis que qualquer dia queriam, não se sabe quem, que o chefe do grupo
parlamentar andasse de Renault Clio, não revelando quanto lhe terá pago a marca
francesa pela publicidade, sendo certo que a referência não terá sido grátis.
Como em tempos lhe tentaram explicar em Felgueiras, os portugueses que ele
representa estarão de acordo em que seja lá quem for utilize um Renault Clio no
dia em que cada um deles tiver também um ao seu serviço, com os menos de 400
euros que lhes deixam de salário mínimo. Até lá têm os senhores deputados os
transportes públicos ao seu dispôr, de que devem socorrer-se, a expensas
próprias.
Da
sua cátedra universitária Zorrinho concluiu, de forma superior, que a
democracia tem custos, como as batatas, as castanhas e a couve galega. Não
especificou a que democracia se referia e ficam dúvidas se falava do
Afeganistão ou do Iraque ou mesmo da república dos Prakistão. Mas tem custos,
pois tem, que os orgãos de soberania arrecadam à má fila e à mão armada. Para
os mais diversos e inconfessáveis fins!
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