3 de março de 2016

Fez ontem 23 anos que te matei

Fez ontem 23 anos que te matei. Logo ao início da manhã, sem premeditação, de forma espontânea, de um golpe único e fatal, que te deixou meio esquartejado, amputado de um bocado importante de ti, sendo como a lagartixa, “lagartixa para além do rabo, remexidamente”.


Ontem até a efeméride me passou em claro, sem ter ido levar-te à última morada um ramo de rosas, ecologicamente verde, dos espinhos dos caules às pétalas perfumadas da corola. Mas faço-o hoje, e curvo-me respeitosamente pela morte que te desejo, para sempre. Ao incentivo que levo a todos para que cada um te assassine e leve também à morte quem te fabrica, quem te empacota e quem te vende em maços de 20 unidades ou em pacotes de 50 gramas. Mesmo que com isso se prejudique o orçamento do estado e os accionistas das tabaqueiras.

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