Erradicação da pobreza
As bigornas, as fornalhas cheias
de carvão em brasa, alinhadas nas caixas fortes dos bancos. Fabricando moedas
de euro para a erradicação da pobreza. E para a distribuição de dividendos nos
corpetes das senhoras de meia-idade, a sair dos salões dos cabeleireiros. Da
combustão não restando cinzas, mas papel branco para o decreto que levará o pão
e a felicidade às famintas e infelizes crianças de África. A fome a cair de
morta, feita em pedaços, pelas escadarias dos ministérios, sucumbindo aos
golpes fatais das canetas hábeis e sábias dos ministros e seus sanchos pança.
Às portas, batalhões armados até aos dentes, protegendo a fome do assalto, tão
cobiçada ela anda no arroto prostituído dos donos do carvão para as brasas. E
dos fabricantes das fornalhas e bigornas, para o incêndio dos telhados de colmo
que a abrigam do relento.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial