O poema da Caixa Geral de Depósitos
Hoje, contra o meu gosto, a
poesia é outra. Porque os prejuízos anunciados pela CGD não são um poema, são
um crime. São 1.900.000.000, um bilião e novecentos milhões de euros, entre
inverdades e imparidades. Comecemos por aqui, pelas palavras. Uma inverdade é
uma mentira, ponto final. Imparidade é um palavrão criado apenas para evitar
que o homem comum entenda o que está em causa. No essencial, é crédito mal
parado, ou incobrável, atribuído ao longo dos anos, não se sabe a quem. Nem em
que condições nem com que garantias. Crédito concedido de forma negligente, de
forma dolosa e de forma criminosa. Na impossibilidade de o recuperar, decide-se
anulá-lo e deitar as dívidas ao lixo. Se esses prejuízos não forem cobertos com
dinheiro novo, a CGD vai à falência, situação em que, aliás, há anos se
encontra toda a banca nacional. Este dinheiro sai do Estado e o Estado, directa
ou indirectamente, somos todos nós. Apesar dos donos disto tudo que por lá andam.
Então é elementar saber que
dinheiro se emprestou, a quem e em que condições. É preciso publicar a lista e
esclarecer todas as dúvidas, saber quem são os vigaristas, agir criminalmente
contra quem foi responsável. Qual sigilo bancário! Quem não tem rabos-de-palha,
não tem nada a esconder. Por alguma razão o senhor Domingues não queria revelar
o que iria ganhar nem o que possuía. E quem persiste em esconder as cuecas é
muito provável que as tenha sujas!
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