20 de novembro de 2018

Os juízes estão em greve


Os juízes estão em greve. Não sei por quê, nem para quê, nem ao abrigo de quê. Mas eu gosto muito de juízes e, se tivesse posses para isso, tinha dois em casa, para darem alguma vida às prateleiras da estante: um conselheiro e um desembargador. E, se a minha bolsa o permitisse, solidariza-me no aumento dos seus salários e das suas pensões. E permitia, muito justamente, que se reformassem mais cedo na vida e a aproveitassem. De preferência nos casinos, do Estoril e de Monte Carlo, onde sempre aparece gente de lacinho ao pescoço e de barba escanhoada.


Se tiverem dúvidas do limiar da pobreza em que vivem – não constando das estatísticas oficiais apenas por decoro religioso – vejam que, em Dezembro próximo, alguns passam à situação de aposentados, com a pensão que se indica:

Juiz conselheiro                                                         6.129,97 Euros
Juiz de direito                                                            5.048,82
Juiz desembargador                                                  5.778,09

Felizes são os pobres que, se isso não provocar a derrocada da economia pátria e a insolvência do capataz dos patrões, verão o seu salário aumentado de 20 euros a partir de Janeiro de 2019. E, felizardos, poderão ter em casa o Juiz conselheiro e o Juiz desembargador que eu não tenho e cuja falta me faz suspirar durante o sono. De facto, não há justiça!

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