Os juízes estão em greve
Os juízes estão em greve.
Não sei por quê, nem para quê, nem ao abrigo de quê. Mas eu gosto muito de
juízes e, se tivesse posses para isso, tinha dois em casa, para darem alguma
vida às prateleiras da estante: um conselheiro e um desembargador. E, se a
minha bolsa o permitisse, solidariza-me no aumento dos seus salários e das suas
pensões. E permitia, muito justamente, que se reformassem mais cedo na vida e a
aproveitassem. De preferência nos casinos, do Estoril e de Monte Carlo, onde
sempre aparece gente de lacinho ao pescoço e de barba escanhoada.
Se tiverem dúvidas do limiar
da pobreza em que vivem – não constando das estatísticas oficiais apenas por
decoro religioso – vejam que, em Dezembro próximo, alguns passam à situação de
aposentados, com a pensão que se indica:
Juiz
conselheiro 6.129,97 Euros
Juiz
de direito 5.048,82
Juiz
desembargador 5.778,09
Felizes são os pobres que,
se isso não provocar a derrocada da economia pátria e a insolvência do capataz
dos patrões, verão o seu salário aumentado de 20 euros a partir de Janeiro de
2019. E, felizardos, poderão ter em casa o Juiz conselheiro e o Juiz
desembargador que eu não tenho e cuja falta me faz suspirar durante o sono. De
facto, não há justiça!
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