A finesse da rentrée

Portugal é o Doutor Vasco Pulido Valente fazendo campismo a uma mesa do Gambrinus, comendo camarões de Moçambique, calibre 20, e deixando a lagosta para os refundadores da direita, da monarquia, dos comentários televisivos das segundas-feiras e da Avenida dos Aliados, no Porto. Portugal não é uma anedota porque, mesmo velho, o senhor Raúl Solnado tem muito mais piada que o país e o largo do Rato. Portugal é uma distante ilha do Pessegueiro, atrasada e inóspita, pronta a ser invadida por uma horda de bárbaros vindos de ocidente a cavalo em canoas trazendo ao leme o heroico beato Alberto João. Portugal é o engenheiro Sócrates jágoverno, feito de caliça e pau a pique, promovendo passaportes, complicando o simplex, estudando manuais de regressão linear e legalizando meia dúzia de emigrantes brasileiros que rentabilizam a indústria do churrasco. Portugal é o salário mínimo exportado para África nos bolsos da comitiva do primeiro-ministro, o conselho superior de defesa nacional convocado sem dúvidas nem enganos para decidir o decidido, esconder o escondido, preservar a virgindade das prostitutas na pre-reforma. Portugal é isto, mais os Drs Marques Mendes, Paulo Portas e Manuel Monteiro sem representação parlamentar e sem crédito no telemóvel para o envio de sms... Que, como as iniciais indicam, quer dizer serviço de mensagens curtas...