19 de julho de 2023

Antes que seja pecado

Antes que cá chegue sua santidade o papa, e seja pecado dizê-lo: p#$% que p&%$# os russos, que se f%$& o Putin. Sim, porque a culpa é deles!

Para se ser ministro é preciso ser-se patriota. De forma que são patriotas todos os ministros, ex-ministros e candidatos a ministros. Se bem que estes últimos ainda o não sejam suficientemente e, por isso mesmo, ainda não chegaram ao cargo.

É preciso ser-se inteligente e ter um QI de algum quilo e meio. Ter estudos, licenciaturas pós Bolonha, mestrados, doutoramentos, cursos de Verão na Costa da Caparica ou em Castelo de Vide. Ter frequentado escolas de referência, ter sido colega de turma daquele grego do Fundão ou do ilustradíssimo doutor Relvas.

E, claro, ser esperto. Nunca se pensa que se chega lá, a ministro, ao serviço público do país e dos portugueses (e portuguesas, pois então!) sem se ser esperto. Sem perceber que a forma de ir do Porto a Vila Nova de Gaia, sem risco de cair ao rio Douro é dar a volta pelo golfo da Biscaia e por Vila Real de Santo António.

A Caixa Geral de Aposentações pagou hoje as pensões do mês aos seus pensionistas. Sua excelência, o esperto do ministro, fez divulgar publicamente que a mesma trazia um largo aumento de 3,57 por cento, aplicado à base de Dezembro passado, e refletindo já a aplicação mais favorável das novas tabelas de retenção do IRS.

Deveria sua excelência, o esperto do ministro, ter também mandado saber que era paga aos pensionistas uma pensão extra, habitualmente conhecida por subsídio de férias, regra geral utilizada para pagar a conta atrasada da farmácia e comprar uns sapatos novos na feira de Espinho. E ainda que o seu valor não era actualizado por simples razões de patriotismo e de esperteza.

Por isso é que, para ser ministro, é preciso ser patriota, como o histórico Miguel de Vasconcelos. E ser esperto, como o sortudo dono da Altice.