9 de setembro de 2009

Dois anos

Dois anos passados. E dois anos, Deolinda, é muito tempo.Tão longo tempo para lavar a saudade do corpo e varrer a memória dos meus olhos vazios. A angústia cresce na solidão que me atravessa de lés a lés, persistente e transversal. Não consegui entrar na vida pela escada das traseiras, nem sequer sair dela nas manhãs frias de inverno em que a geada cobre de branco todas as ervas em volta. Falta-me tudo, só me sobre a desesperança.