A justiça
A justiça devia ser, aos olhos do cidadão comum, uma coisa simples, linear e transparente que todos pudessem entender e temer como fonte dissuasora pela rapidez e eficácia da sua aplicação. Mas não foi, não é e ninguém tem fundamentos para acreditar que o venha a ser algum dia neste celebrado país de Pacheco. O Luiz, naturalmente!
O cidadão vulgar compreende facilmente que um facínora, homicida confesso de ascendentes e descendentes, seja rápida e severamente condenado e uma pesada pena de prisão. Do mesmo modo que entende que um traficante de droga por atacado vá envelhecendo atrás das grades sem direito a mordomias especiais, a televisor de écran plano e a leitor de DVD topo de gama. Até é possível explicar-lhe que figura é essa que dá pelo nome de corrupção de que tanta gente fala e que dizem existir por terras de África e cercanias do Futungo de Belas. Mas é mais difícil que entenda que a polícia apresente um ladrão em tribunal, o meritíssimo se esmere nas reprimendas e nas lições de moral e o mesmo possa livremente e sem licenciamento voltar à sua actividade profissional na manhã seguinte, usando o esticão ou meios tecnologicamente mais evoluídos.
Mas o mesmo cidadão comum já tem muitas dificuldades em entender muitas outras coisas e não imagina sequer porque razão as secretarias dos tribunais parecem antigos armazéns de papéis velhos e imprestáveis que ninguém reclama e, mais do que isso, que ninguém quer. Do mesmo modo que não enxerga porque motivo um arcaico e ferrugento apito feito em folha da Flandres há-de pomposamente dar pelo nome de apito dourado. E porque é que o senhor Pinto da Costa não afirma com convicção que não teve nada a ver com actos de corrupção eventualmente praticados nuns desafios do Futebol Clube do Porto na Amadora e em Aveiro. E, em vez disso, alega que a Dra Maria José Morgado não tinha poderes para reabrir inquéritos arquivados e que, por isso, reclama a ilegalidade da acção e a sua plena e indiscutível inocência. O que quase pretende significar que se o caso algum dia chegar a julgamento - coisa de que o cidadão comum definitivamente duvida! - os arguidos serão ilibados se o processo não chegar à sala de audiências numa bandeja de prata transportada por um amanuense trajado a preceito, usando farda de cerimónia!
O cidadão vulgar compreende facilmente que um facínora, homicida confesso de ascendentes e descendentes, seja rápida e severamente condenado e uma pesada pena de prisão. Do mesmo modo que entende que um traficante de droga por atacado vá envelhecendo atrás das grades sem direito a mordomias especiais, a televisor de écran plano e a leitor de DVD topo de gama. Até é possível explicar-lhe que figura é essa que dá pelo nome de corrupção de que tanta gente fala e que dizem existir por terras de África e cercanias do Futungo de Belas. Mas é mais difícil que entenda que a polícia apresente um ladrão em tribunal, o meritíssimo se esmere nas reprimendas e nas lições de moral e o mesmo possa livremente e sem licenciamento voltar à sua actividade profissional na manhã seguinte, usando o esticão ou meios tecnologicamente mais evoluídos.
Mas o mesmo cidadão comum já tem muitas dificuldades em entender muitas outras coisas e não imagina sequer porque razão as secretarias dos tribunais parecem antigos armazéns de papéis velhos e imprestáveis que ninguém reclama e, mais do que isso, que ninguém quer. Do mesmo modo que não enxerga porque motivo um arcaico e ferrugento apito feito em folha da Flandres há-de pomposamente dar pelo nome de apito dourado. E porque é que o senhor Pinto da Costa não afirma com convicção que não teve nada a ver com actos de corrupção eventualmente praticados nuns desafios do Futebol Clube do Porto na Amadora e em Aveiro. E, em vez disso, alega que a Dra Maria José Morgado não tinha poderes para reabrir inquéritos arquivados e que, por isso, reclama a ilegalidade da acção e a sua plena e indiscutível inocência. O que quase pretende significar que se o caso algum dia chegar a julgamento - coisa de que o cidadão comum definitivamente duvida! - os arguidos serão ilibados se o processo não chegar à sala de audiências numa bandeja de prata transportada por um amanuense trajado a preceito, usando farda de cerimónia!