Magalhães?

E a que tão importantes recados foram suas excelências os ministros, tirando das estrebarias todos os seus muitos cavalos, lançados à desfilada pelas auto-estradas da Brisa, sempre com portagens pagas à conta do orçamento e do zé povinho? Pasme-se, mas foram às escolas. Os menos avisados, aqueles que não recolhem pelas esquinas a edição do Metro ou do Destak, ou os que pura e simplesmente sofrem de iliteracia, miopia ou analfabetismo, ainda acreditaram que tinham ido para aprender. Porque, segundo o adágio, nunca é tarde para o fazer. Puro equívoco, não foram para aprender nada...
Foram para a acção de propaganda e para distribuir uma qualquer coisa parecida com um computador, uma maquineta endiabrada que fornece gratuitamente a tabuada dos nove, dá acesso aos resultados da bola e permite a construção das mais brilhantes teses de doutoramento. Além de permitir o jogo da sueca, as apostas no euromilhões e as informações sobre o céu limpo e o tempo seco quando lá fora chove a cântaros. E que tem um nome: Magalhães. E a ele associadas organizações e personalidades distintas e insuspeitas, como a americana Intel que bem espera lucrar mais uns dólares à custa da nossa ignorância, ou o venezuelano Chavez, a atirar ao chão um Magalhães, com um urro à Tarzan e um riso cariado e alarve a tresandar a petróleo.
Mas não cabe honestamente na cabeça de ninguém chamar Magalhães a um computador, mesmo que seja um simulacro que a demagogia despudoradamente promoveu. Não sei porquê, parece que o nome soa sempre a um qualquer militante comunista arrependido ou a um insignificante ajudante de ministro. Que diabo, não poderiam ter-lhe chamado Eusébio? Sempre tinha outra credibilidade e a pureza de ideais que nunca saem das estrebarias dos ministros!