Zelda Valadas

Nem o estilo nem o conteúdo se adaptam a uma questão tão dolorosa como o aborto!E é pena, porque se fosse tentado um estilo menos retórico, certamente sairia algo bem melhor!Porque as mulheres hoje e cada vez mais desempenham papeis que já nada tem a ver com a força bruta muscular e, felizmente, há homens que assumem frontalmente a defesa do aborto de forma não jocosa e muito pouco feminina.
Eu também não me sinto minimamente ofendida com as diatribes do Sr LVF,mas tão só entristecida com uma forma à la Pulido de Valente de abordar todos os assuntos.É pena, muita pena,mas os blogs também servem para curar frustrações e mutuas adulaçoes( não só os Abrupto e Causa Nossa). Lado Feminino? De quem?Santo Deus,e invoco o seu nome em vão,se este artigo tem o que quer que seja de sensibilidade feminina. E ainda bem. A verdade é que nem todos conseguem chegar a certas alturas de escrita e é pena, muita pena.
Chega-se sempre a algum lugar, mesmo que seja sempre ao mesmo lugar.
LIberte-se do srs Vasco e Eduardo, porque outros exemplos mais dignos tem neste momento para invocar em prole de despenalização do aborto.
Boa noite, Sr.Escrivinhador!

Finalmente hoje despojei-me da minha muita timidez, aliviei-me de algum contido recato e venho aqui, com a arrogância que se impõe, afirmar o meu incomensurável orgulho de ser homem. Por pior que as mulheres possam pensar, o homem é um ser superior. Mesmo quando à frente delas se reduz à figura grotesta de um símio, nu e de peúgas calçadas, tiritando ao frio do inverno e com toda a envergonhada virilidade escondendo-se sob o peitoril de um ventre melhor sucedido do que as finanças domésticas.
Do seu cantinho rural, sentado à mesa habitual do Gambrinus, Vasco Pulido Valente assevera hoje que no país todos os responsáveis políticos, desde Afonso Henriques, falam em modernização. Tem razão! Para concluir depois que isso é apenas e só um sinal de impotência. Está errado! Pode não ser VPV um entendido em química, o que se lhe desculpa. Tanto mais que sempre foi muito mais dedicado às letras e à silvicultura, especialmente depois de ter herdado parte de um pinhal a norte do Cabo da Roca.
O país surpreendente foi ontem interrompido por
Saddam Hussein, o pior exemplar que a humanidade já produziu, desde os tempos imemoriais em que ainda andava a quatro patas, se pendurava pelas caudas nos galhos de árvores centenárias e nem sequer Charles Darwin tinha nascido, foi ontem condenado à morte. A sentença colheu de surpresa meio mundo e deixou estupefacto o outro meio, por ter sido de todo imprevisível. Especialmente por ser decretada alguns anos depois de George W. Bush ter decidido que a democracia deveria ser instituída no Iraque, nem que para isso fosse preciso mobilizar bombardeiros para trabalhar por turnos e aos fins de semana. E, como se sabe, a guerra não teve sequer os episódios dramáticos que Raúl Solnado tão bem descreveu relativamente ao conflito mundial de 1914-1918. Tanto assim que mal uma fuga de informação deu conhecimento do seu início logoo presidente americano se aprestou a anunciar o seu termo e a sua vitória. Daí para cá o que de mais violento chegou a Bagdad foi uma imagem, benzida, da virgem de Fátima, com pombas e rosas brancas carregando-lhe o andor.